Corporação comemorou 114 anos de existência

Cruz Branca é a primeira corporação distrito a receber a “Fénix de Honra”
No âmbito das comemorações do seu 114º aniversário, a Associação Humanitária dos Bombeiros da Cruz Branca de Vila Real recebeu, no dia 9, a “Fénix de Honra”, a segunda mais alta distinção da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), tornando-se assim a primeira corporação do distrito a arrecadar o galardão.
A cerimónia de entrega do reconhecimento pela LBP foi o ponto alto das comemorações, no entanto, de sublinhar ainda que, no dia 8, e pela primeira vez, a Cruz Branca abriu as suas portas para exibir a sua actividade à população. “Fizemos demonstrações para mostrar aos cidadãos os equipamentos que temos e para que se destinam”, revelou o comandante da corporação, Álvaro Ribeiro.
No mesmo dia, foi ainda inaugurada uma exposição de trabalhos de Arlindo Botelho, “um vila-realense que sempre esteve muito ligado aos bombeiros”, cujos trabalhos revelam, na sua maioria, “um toque” dedicado aos soldados da paz. “Ele transformou emblemas e outros objectos que os bombeiros usam para salvamento em verdadeiras obras de arte, normalmente trabalhadas em madeira”, revelou o mesmo responsável.
Outro ponto alto das comemorações foi a bênção da nova ambulância todo-o-terreno, um veículo “muito importante para a actividade da corporação”, tendo em conta a sua área de intervenção de montanha e a actuação sob difíceis condições climatéricas. “Esta é uma ambulância de socorro. A diferença é que a célula está apoiada num chassis todo-o-terreno, o que vai permitir apoiar as nossas missões em montanha e as que são desenvolvidas quando as condições atmosféricas são adversas, nomeadamente a neve e gelo, no inverno, e, no verão, os fogos florestais, apoiando quer os elementos que estão em combate, quer as populações que eventualmente necessitem de ser evacuadas”, explicou o comandante Álvaro Ribeiro.
Orçada em 53 mil euros, a ambulância foi custeada, na sua totalidade, por Maria Conceição Sousa Teixeira, uma benemérita que no mesmo dia mereceu a homenagem da corporação vila-realense.
2011, um ano de viragem
Em breve deverão ter início as obras de construção do novo quartel da Cruz Branca, um investimento de 1,25 milhões de euros, financiado em 70 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, e que vai permitir à corporação vila-realense as melhores condições para o dia-a-dia dos seus 124 homens e mulheres.
O futuro quartel da Cruz Branca terá dois andares, sendo que, no piso inferior contará com um parada de honra e outra operacional, uma recepção e área administrativa, uma “Sala do Bombeiro” com um refeitório, um espaço para armazenamento de material de combate e fardamento, camaratas e balneários masculinos, oficina, lavandaria e casa de máquinas. No mesmo piso será construído o parque de ‘viaturas brancas’ (ambulâncias) e o de ‘viaturas vermelhas’ (veículos de combate a incêndios), com a particularidade de, em ambos, para sair com um veículo, não será necessário manobrar qualquer outro que ali esteja estacionado.
No piso superior se localizará os gabinetes da direcção, a zona do comando, salas de formação, camaratas e balneários femininos e ainda uma área de expansão, onde, em caso de necessidade, poderão ser construídos espaços para outras valências.
Uma corporação dinâmica e voltada para o futuro.
Apesar das necessidades, não só ao nível do novo quartel, mas também no que diz respeito a aquisição de um auto-tanque (que já foi assumido em Diário da República pela Autoridade Nacional de Protecção Civil mas que tarda em chegar) e dos, sempre necessários, equipamentos de protecção individual para combate a incêndios florestais, industriais e urbanos, a Cruz Branca de Vila Real não cruza os braços e tem demonstrado ao longo dos anos “dinâmica e perspectiva de futuro”.
“Não temos estado distraídos com os novos riscos”, explicou o comandante sublinhando, por exemplo, a construção da auto-estrada número quatro, uma obra que tem uma especificidade muito própria de intervenção em termos de socorro, não só no que diz respeito ao Túnel do Marão mas também aos pilares de viadutos, alguns com mais de cem metros, que “requerem também a aplicação de técnicas muito próprias de socorro e salvamento”.
“Para responder a esses novos riscos, em 2010 tivemos elementos nossos juntos de uma entidade credenciada para o curso de resgate em estruturas prolapsadas. Um curso muito bom em termos, por exemplo, do desenvolvimento de técnicas de resgate de pessoas em valas”, revelou o mesmo responsável recordando ainda que, hoje, os seus elementos já estão preparados também para actuar em caso de incidentesvários nos parques eólicos existentes na sua área de intervenção.